A criação artística não tem (ou não deveria ter) limites

Ana Lúcia Medeiros
18 de dez. de 2024
2 min de leitura

Ao lançar um livro com suas criações poéticas, Renato Matos busca novas formas de dialogar com quem o acompanha há mais de trinta anos. Com leitura não-linear, “A Rima é a Mira” é mais uma criação que se eterniza na produção de um artista que não se impõe limites ou padrões

Por Ana Lúcia Medeiros

Um soteropolitano incansavelmente produtivo. Essa é uma das definições possíveis para o cantor, compositor, artista plástico e multi-instrumentista Renato Matos. Não bastasse toda a trajetória na área musical, o baiano que chegou a Brasília aos 21 anos de idade, e foi o primeiro artista a se apresentar nos anos 1970 no Concerto Cabeças, um evento cultural que fez despontar nomes na poesia, como Luiz Turiba e Luís Martins da Silva, e na cena musical, como Renato Russo e Cássia Eller, decide agora se lançar como escritor. Ou melhor, resolve reunir em uma só obra parte do acervo poético construído em mais de três décadas e que espalhou em cantos distintos do Planalto Central. Uma amostra do que se poderia chamar de “tesouros linguísticos” de um ícone multifacetado da cena cultural brasilense.

O lançamento do livro “A Rima é a Mira” tem lugar no Sebinho da Asa Norte, a partir das 18h da próxima quinta-feira, 19 de dezembro. A obra traz poemas que transitam entre a simplicidade e a profundidade, abordando temas como política, meio ambiente, amor e cotidiano. Diz o autor da obra: “a poesia é o que dá sentido ao caos encaixotado que guardo dentro de mim”.

Por compreender que “a poesia não tem padrão, assim como a literatura não deveria ter”, Renato Matos implementa ousada criatividade ao trazer palíndromos para “A Rima é a Mira”, o que possibilita uma leitura não-linear da obra. A coordenadora editorial do livro, Adriana Lustosa, entende que "Renato vive da arte e para a arte”. E classifica a rapidez com rimas, trocadilhos e fonemas, que estão na base da produção poética e musical de Renato Matos, como seu maior talento. E diz mais: “ao convidar os leitores para um diálogo poético, Renato acalma a alma com sua poesia que é também sensorial”.

Para descrever um pouco mais o potencial produtivo de Renato Matos, convém destacar a curiosidade como um elemento básico para a criação artística: tudo começa na infância, em Salvador, quando explorava os dicionários da biblioteca de seu padrinho, buscando novas formas de entender o mundo. Uma inquietação que continua reinventando a arte e desafiando padrões.

Serviço

Lançamento do livro "A Rima é a Mira", de Renato Matos

Quinta-feira, 19 de dezembro de 2024, a partir das 18h

Livraria Sebinho – SCLN 406, Bloco "C", Loja 72, Asa Norte, Brasília