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Ary Quintella apresenta universo das artes a partir da vivência na diplomacia

  • Beto Seabra
  • 27 de mai.
  • 3 min de leitura

Livro de crônicas e ensaios do escritor será lançado nesta quarta-feira, em Brasília



Foi uma leitura difícil, não exatamente pela forma ou conteúdo complexo do texto, mas pela incrível quantidade de informações e sensações sobre livros, peças musicais e teatrais, museus e óperas, personagens históricos e artistas de renome, bichos de estimação e plantas, ou seja, Geografia do Tempo, livro de crônicas e ensaios do embaixador brasileiro Ary Quintella, é um grande armazém cult (ou melhor seria chamar de bazar?), por onde viajamos pela Europa, a Ásia e as Américas.


No início confesso que achei um tanto pedante alguém com tanta vivência e conhecimento do mundo gastar duzentas e tantas páginas para falar de livrarias, cafés e obras de arte que viu ou adquiriu. Mas, ao final da leitura, eu vi que estava enganado. Ary Quintella é de uma generosidade intelectual que anda em falta nos dias de hoje. Ele não apenas nos entrega (para usar um termo da moda) tudo o que promete com o título e o belo acabamento da obra, que traz na abertura prefácios da Cora Rónai e Gustavo Nogy, como consegue nos entreter falando de diferentes edições das obras de Proust ou sobre de que forma a laranjeira (a planta mesmo) aparece na história da humanidade.


É, portanto, o livro de um humanista, na melhor acepção da palavra.


Vi duas entrevistas do Ary Quintella, uma no canal da Cynara Menezes e outra para o Brasil 247, apresentado pela Tereza Cruvinel e a Dafne Ashton, onde pude conhecer melhor o homem e entender melhor a obra. Filho de Thereza Maria Machado Quintella, primeira aluna do Instituto Rio Branco a ter se tornado embaixadora de carreira, e do escritor Ary Quintella - são quatro gerações de Arys Quintellas, como explicou o autor, e seu avô, também chamado Ary Quintella, foi um grande matemático - ele é uma espécie de intelectual a serviço de uma causa justa: tornar o mundo um lugar melhor para se viver.


Na entrevista para a Tereza Cruvinel, ele resume bem isso em uma das falas:


"Cada um é responsável pela sua vida e cada um tem a obrigação de transformar a sua vida na melhor vida possível. A vida não é uma mar de felicidade. A vida não é uma alegria constante. A vida é sofrimento, a vida é perda. E dentro dessa realidade eu acho que cada ser humano tem a obrigação de tentar transformar a sua vida na experiência menos penosa possível".


Geografia do Tempo ajuda a fazer isso muito bem. Ao tratar de temas aparentemente desinteressantes, como um almoço com um escritor inglês na casa do mesmo no bairro Chelsea, em Londres, Ary Quintella faz um verdadeiro passeio pela cultura erudita da Europa e nos dá de bandeja uma aula sobre como manter uma conversa à mesa com pessoas refinadas e com forte erudição, ainda que informais no tratamento que deram ao diplomata brasileiro.


Quando chegamos ao final da leitura do livro, a vontade é começar de novo e fazer de Geografia do Tempo um verdadeiro mapa que nos ensine a caminhar pelas belezas e escombros desse incrível século XXI, que com a internet mostrou-se gigantesco e pequeno ao mesmo tempo.


Serviço:


Livro: Geografia do tempo Autor: Ary Quintella

Lançamento: 28/5 às 19h

Local: Livraria da Travessa, Shopping  Casa Park - Brasília (DF)

Editora: Andrea Jakobsson Estúdio

239 páginas


 
 
 

1 Comment

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Guest
May 28
Rated 5 out of 5 stars.

Que delícia de texto!


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